Neste dia 26 de julho, Alagoa Grande comemora 150 anos de emancipação política, embora tenha sido elevada a cidade em 27 de março de 1908. Esta é uma cidade centenária e muito admirável por todos os que lhe conhecem, uma cidade marcada pelas lembranças dos tempos áureos de nosso torrão, uma pena que só lembranças...
Como era bom naquele tempo quando do aniversário de nossa terra, logo às cinco horas da manhã no alvorecer de um novo dia, alegrávamos ouvindo a nossa banda de Música "Cônego Severino Cavalcante" desfilando pelas ladeiras, rua acima, rua abaixo, tocando os hinos diversos de nossa pátria; ali estavam: Totonho, na tuba; Júnior Carneiro; Ademário do picolé; Lalo da CAGEPA; Ascendino da Agência da Bela Vista, pai do empresário Paulo Sérgio; Juvenal de Grilo; Seu Sales e tantos outros... Era tempo de colocarmos roupas novas para assitirmos desfiles e diversas inaugurações na nossa cidade, uma peça teatral no belo teatro "Santa Ignês" com Criselide Barros, Celsa Monteiro, José Egrimar, Javancy Celso, ou mesmo o "Alafolia" (carnaval fora de época), ou vermos a Unidos do Jatobá de Bibiu desfilar pelas ruas, assistir ao lançamento de livros de personalidades da cidade, seja de José Avelar ou Saulo Marques, e; no final do dia, irmos assistir a um clássico de futebol no estádio João Montenegro, assistir aos jogos do Tabajara ou ABC com Treze, Campinense, Botafogo ou equipes de Pernambuco; podermos vibrar com os gols de Diretor, Cereba, Ary, Marcelo de Mariano, Aroldo Cunha, Jaime, Gilmar Robson e do nosso inesquecível artilheiro Ito Avelar, entre outros.
Hoje, infelizmente, a terra de tantas pessoas importantes como Oswaldo Trigueiro, Jackson do Pandeiro, Margarida Alves, Osório Paes, João da Cruz, Lino Miranda, Djalma Coelho, Mariano Rodrigues ( IN memoriam), e dos conceituados médicos paraibanos Maurilio, José Reinaldo, Romildo Montenegro, e dos empresários José Sobral, Willames Leal, Laércio Sobral, Sobrinho etc. , passa por um dos seus piores momentos no setor ecônomico, político e social, haja vista a administração atual do senhor prefeito Hildon Régis Navarro Filho (Bôda), quando de forma totalmente antagônica às suas gestões anteriores, vem deixando muito a desejar a ponto de nos frustrar com o que está acontecendo, pois Alagoa Grande nesses dois anos e sete meses, tornou-se uma cidade estagnada, sem perspectiva, retrógrada e, o pior, destacou-se nacional e internacionalmente de forma deplorável, ganhando o nome de cidade onde ainda tem gente comendo "ratos" para sobreviver, "pior do que muitas cidades da África" (Heródoto Barbeiro) da Record News Internacional, notícia que envergonhou a todos nós alagoagrandenses.
Será que algum alagoagrandense ousaria dizer qual a programação divulgada pela prefeitura para comemoração dos 150 anos do município? Só nos resta pedir a DEUS para olhar por nós, pois estamos parecendo uma cidade sem rumo, perdida no tempo e no espaço. Não podemos deixar que nossa querida terra, um lugar que já resistiu a tantas injustiças, venha se desmoronar. É preciso erguemos a cabeça e darmos um basta a tudo isso que vem acontecendo, a volta por cima para trazermos ânimo, autoestima, e, quiçá, voltarmos a ser uma cidade de destaque no cenário paraibano e brasileiro.
Não existe vitória sem luta, nem luta sem união. Chega de tanta hipocrisia, mentiras, enganações, Alagoa Grande é nossa. Força Alagoa Grande. Parabéns, minha terra querida, por tudo o que já nos proporcionou e ainda nos poderá proporcionar.
JOSÉ GILDO DE ARAÚJO
Jornalista
Jornalista
DRT 4580/97