domingo, 26 de julho de 2015

ALAGOA GRANDE, 150 ANOS: COMEMORAR O QUE?


Neste dia 26 de julho, Alagoa Grande comemora 150 anos de emancipação política, embora tenha sido elevada a cidade em 27 de março de 1908. Esta é uma cidade centenária e muito admirável por todos os que lhe conhecem, uma cidade marcada pelas lembranças dos tempos áureos de nosso torrão, uma pena que só lembranças...
Como era bom naquele tempo quando do aniversário de nossa terra, logo às cinco horas  da manhã no alvorecer de um novo dia, alegrávamos ouvindo a nossa banda de Música "Cônego Severino Cavalcante" desfilando pelas ladeiras, rua acima, rua abaixo, tocando os hinos  diversos de nossa pátria; ali estavam: Totonho, na tuba; Júnior Carneiro; Ademário do picolé; Lalo da CAGEPA; Ascendino da Agência da Bela Vista, pai do empresário Paulo Sérgio; Juvenal de Grilo; Seu Sales e tantos outros... Era tempo de colocarmos roupas novas para assitirmos desfiles e diversas inaugurações na nossa cidade, uma peça teatral no belo teatro "Santa Ignês" com Criselide Barros, Celsa Monteiro, José Egrimar, Javancy Celso, ou mesmo o "Alafolia" (carnaval fora de época), ou vermos a Unidos do Jatobá de Bibiu desfilar pelas ruas, assistir ao lançamento de livros de personalidades da cidade, seja de José Avelar ou Saulo Marques, e; no final do dia, irmos assistir a um clássico de futebol no estádio João Montenegro, assistir aos jogos do Tabajara ou ABC com Treze, Campinense, Botafogo ou equipes de Pernambuco; podermos vibrar com os gols de Diretor, Cereba, Ary, Marcelo de Mariano, Aroldo Cunha, Jaime, Gilmar Robson e do nosso inesquecível artilheiro Ito Avelar, entre outros.
Hoje, infelizmente, a terra de tantas pessoas importantes como Oswaldo Trigueiro, Jackson do Pandeiro, Margarida Alves, Osório Paes, João da Cruz, Lino Miranda, Djalma Coelho, Mariano Rodrigues ( IN memoriam), e dos conceituados médicos paraibanos Maurilio, José Reinaldo, Romildo Montenegro, e dos empresários José Sobral, Willames Leal, Laércio Sobral,   Sobrinho etc. , passa por um dos seus piores momentos no setor ecônomico, político e social, haja vista a administração atual do senhor prefeito Hildon Régis Navarro Filho (Bôda), quando de forma totalmente antagônica às suas gestões  anteriores, vem deixando muito a desejar a ponto de nos frustrar com o que está acontecendo, pois Alagoa Grande nesses dois anos e sete meses, tornou-se uma cidade estagnada, sem perspectiva, retrógrada e, o pior, destacou-se nacional e internacionalmente de forma deplorável, ganhando o nome de cidade onde ainda tem gente comendo "ratos" para sobreviver, "pior do que muitas cidades da África" (Heródoto Barbeiro) da Record News Internacional, notícia que envergonhou a todos nós alagoagrandenses.  
Será que algum alagoagrandense ousaria dizer qual a programação divulgada pela prefeitura para comemoração dos 150 anos do município? Só nos resta pedir a DEUS para olhar por nós, pois estamos parecendo uma cidade sem rumo, perdida no tempo e no espaço. Não podemos deixar que nossa querida terra, um lugar que já resistiu a tantas injustiças, venha se desmoronar. É preciso erguemos a cabeça e darmos um basta a tudo isso que vem acontecendo, a volta por cima para trazermos ânimo, autoestima, e, quiçá, voltarmos a ser uma cidade de destaque no cenário paraibano e brasileiro.
Não existe vitória sem luta, nem luta sem união. Chega de tanta hipocrisia, mentiras, enganações, Alagoa Grande é nossa. Força Alagoa Grande. Parabéns, minha terra querida, por tudo o que já nos proporcionou e ainda nos poderá proporcionar.

JOSÉ GILDO DE ARAÚJO
Jornalista
DRT 4580/97

domingo, 19 de julho de 2015

JOSILDO OLIVEIRA: FECHAM-SE AS CORTINAS

O palco da política alagoagrandense ficou mais pobre esta semana quando ocorreu o anúncio da saída da vida pública do vereador Josildo Oliveira.
Quem não lembra daquele rapaz, ainda, jovem, vindo de Sumé, sua terra natal, para Alagoa Grande como servidor da Funasa (Fundação Nacional de Saúde), e logo começou a se destacar como sindicalista do próprio orgão, onde conquistou a confiança dos colegas de trabalho, e ai não parou mais; entrou na política partidária, chegou a ser presidente do PT (Partido dos Trabalhadores), sempre pregando a cartilha dos companheiros Lula, Erundina, Vicentinho e tantos outros, ao lado do ex-vereador Bibiu do Jatobá, professor Brasguei, Dr. Israel (in memoriam).    
Mas, como sonhador, Josildo queria mais, aproximou-se do deputado federal da época, Efraim Morais e Joácil Moraes, diretor-presidente da Funasa, filiou-se ao antigo PFL (Partido da Frente Liberal) - hoje DEM (Democratas) - e começou o seu impulso na política alagoagrandense com uma desenvoltura que chamava a atenção de todos. Josildo com o apoio de Efraim parecia que havia montado uma prefeitura paralela, pois junto com a Funasa passou a construir poços artesianos com tubulações de água, além de projetos de energia em diversas comunidades rurais. Isso lhe credenciou a ser eleito vereador e em seguida vice-prefeito, em 2000, com o atual prefeito Hildon Régis (Bôda), o qual lhe confiou a Secretaria de Saúde do Município.
Em seguida, veio a se candidatar a Prefeito, tendo sido a única baixa na vida política do parlamentar, mesmo assim, deu a volta por cima e se elegeu novamente vereador, tendo sido presidente da Câmara Municipal entre 2009 e 2012.
A partir daí começou o drama político do parlamentar, ja que tinha quase certeza de que o grupo "Carneiro", o qual ele faz parte, lhe indicaria para vice na chapa do ex-prefeito, João Bosco Carneiro Júnior, fato o que não aconteceu. Esse desencontro de ideias deixou-lhe bastante frustrado, pois o escolhido em seu lugar foi Antonio Sobrinho, que estava rompido com o grupo do prefeito Bôda.  Nesse entremeio, o que lhe restou foi apenas arriscar uma candidatura a reeleição a vereador, o qual teve que se empenhar muito para poder lograr êxito, pois tudo ocorreu em cima da hora; praticamente um plano B!
Agora, de forma surpreendente, o parlamentar resolve "pendurar as chuteiras". Pelo visto, mais uma vez, percebeu que não teria nenhuma chance de ser o candidato a prefeito na chapa "Carneirsta", já que tudo está voltado para Dona Iêda Carneiro. Pelo que se tem conhecimento, houve promessa de apoio à candidatura de Josildo à Prefeito; neste mesmo sentido, o empresário Evaldo Vieira  também está esperando... pelo menos é o que tem dito o seu irmão e suplente de vereador, Edvaldo Vieira, presidente municipal do PT do B.
Como sabemos, o vereador Josildo Oliveira foi uma peça muito importante nas articulações políticas na última eleição vitoriosa do deputado Júnior Carneiro, e com sua saída fica uma lacuna que será de difícil regeneração, pois trata-se de um político de grupo e hábil.
É verdadeiramente lamentável.
Diante de tudo isso, é preciso que o grupo do deputado Júnior Carneiro faça uma auto-avaliação para que não aconteça mais "baixa"; pois, caso isso venha acontecer, poderá aumentar a possibilidade de chance de vitória da situação. É preciso chamar o feito à ordem, porque tem gente no grupo que, ao invés de procurar somar, está só provocando discórdia, totalmente fora de sintonia do pensamento do deputado Júnior Carneiro, que é um político conciliador, que sempre pregou a união do grupo. Vamos aguardar os novos fatos da política alagoagrandense, pois a ordem do dia é sempre estarmos atentos à política da nossa terra.

Jornalista
JOSÉ GILDO DE ARAÚJO
DRT 4580/97

domingo, 12 de julho de 2015

ELEIÇÕES 2016: O TRADICIONAL OU O INOVADOR

A política alagoagrandense rumo a 2016 paulatinamente vai ganhando corpo e a cada dia as novidades vão surgindo. Esta semana tivemos informações de que o Senador Cássio Cunha Lima estará entregando o destino do seu partido (PSDB) em Alagoa Grande ao pré-candidato Sobrinho Júnior. Por enquanto, tudo dentro da mais absoluta normalidade, já que ele junto com o grupo do seu pai, Antonio Sobrinho, apoiaram a família Cunha Lima nas últimas eleições.
Por falar nisso, há um borborinho nos bastidores de que se Beto (vice-prefeito) não emplacar como candidato do grupo "Regista", e o próprio prefeito não for  a reeleição, é grande a chance de termos uma dupla de jovens doutores alagoagrandenses para disputarem as eleições em 2016 com o apoio total do prefeito Bôda e toda sua equipe.
Trata-se de Sobrinho Júnior e da Professora Mônica, o que traria um tempero novo dentro desse novo momento que vive o país.
Do lado das oposições, pelo que temos vistos, em declarações recentes do deputado João Bosco Carneiro Júnior, deverá ser mesmo Dona Iêda Carneiro como cabeça de chapa, e o vice, o vereador Fabiano Luz ou o vereador Josildo Oliveira. Com isso, poderemos ter uma dupla de políticos tradicionais, já com experiências na política. Pois, como sabemos, Dona Iêda já foi candidata a prefeita na cidade de Juarez Távora, além de todo histórico político-familiar que carrega consigo; Josildo Oliveira tem em seu currículo o fato de já ter sido Vice-Prefeito, Secretário de Saúde do Município e Vereador por três legislaturas, galgando a Presidência da Câmara Municipal.
Caso venha a ocorrer essas possibilidades, teremos pelo lado situacionista uma chapa, que mesmo havendo um desconforto administrativo na cidade, por parte do governo municipal, mesmo assim, o prefeito Bôda, estaria atendendo à sua cúpula política partidária; reataria os laços políticos com o grupo de Sobrinho pai, momento em que acabaria, de uma vez por todas, as arestas existentes e  poderia dizer ao povo alagoagrandense que estaria abrindo mão de sua candidatura a reeleição para dar oportunidade aos candidatos mais jovens; aqueles que, mesmo nunca tendo sido testado nas urnas, são pessoas íntegras, capacitadas, e acima de tudo, são seus amigos fiéis, já que ambos, Sobrinho Júnior e Mônica, levantaram a bandeira vitoriosa do prefeito nas eleições passadas.
Com isso, é possível dizer que no enlace em que se encontra a política, na terra do ex-governador Oswaldo Trigueiro de Albuquerque e Mello, a oposição leve uma ligeira vantagem, mas com o decorrer da campanha, nas tradicionais visitas e manifestações de ruas, tudo pode acontecer. De toda forma, será preciso muita resistência para ir até o final.
Mais uma vez, deixo à análise de todos alagoagrandenses, votar na experiência ou na inovação. Assim, vemos quanto é importante saber votar corretamente, pois iremos entregar o destino da nossa cidade, talvez por cinco anos, ao vencedor. Insisto: é necessário analisarmos bem, do contrário, estaremos correndo o risco de passarmos todo esse tempo arrependidos, insatisfeito e até mesmo revoltados. Cuidado eleitor, se votar errado, a vítima será todos nós.

José Gildo de Araújo
JORNALISTA
DRT 4580/97

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Um clamor por misericórdia, eis o presente ofertado a Alagoa Grande

O mês de julho começou e enquanto todos esperávamos elogios pelo mês de aniversário da cidade de Alagoa Grande, uma exaltação à cultura ou ao passado honroso, essa semana a cidade ganhou destaque no noticiário nacional através de uma situação alarmante que comoveu inúmeros brasileiros em minutos, só ainda não convenceu muito bem o prefeito da cidade.
A notícia trouxe Dona Arlinda, uma viúva que vive com seus sete filhos na comunidade Barreira e tem se alimentado de ratos, por não ter condições mínimas de sobrevivência. Há pouco tempo, seu marido resolveu suicidar-se por achar vergonhoso dever R$ 150,00 reais e saber que não teria como pagar. Diga-se de passagem, esse dinheiro não foi gasto com jogatinas, mas com comida!
O fato gerou comoção, muitos que assistiram agradeceram aos céus o que tinham e tentaram se manifestar de inúmeras formas. Mas, com todo respeito, não foi o que aparentou advindo do Prefeito Hildon Régis, que quando precisou se manifestar, utilizou de argumentos frios e meticulosos, tentando contornar o desamparo àquela comunidade que já se estende por décadas.
De acordo com o site do portal correio, eis a palavra do Senhor Prefeito sobre a situação de Dona Arlinda: “É uma região carente, mas o fato dessa e de outras famílias comerem caça como carne de rato do junco, teju ou preá não pode ser controlado pelo poder público.”Pergunto: é realmente hábito das nossas casas termos ratos de esgotos como prato principal na nossa mesa? E mesmo que porventura venha a ser uma prática daquela comunidade, não cabe ao Poder Público cuidar da saúde pública? Ou será que se voltarmos ao canibalismo o poder público também continuará inerte?
O Senhor Prefeito ousou dizer mais: “Já visitamos eles no ano passado e foi oferecida uma moradia de aluguel, custeada pela prefeitura, para que eles pudessem viver em um local melhor, mas a família recusou.” Pensemos juntos mais uma vez, um pai de família que temsete filhos e uma esposa para dar de comer, que vê toda a sua dignidade perdida quando percebe que não tem R$ 150 reais para quitar uma dívida de comida, recusaria um apoio? Negaria uma solução? E por que só ajudar àquela única família e não a todos da comunidade?
O que está faltando é boa vontade, bom senso e boa-fé, pois o próprio Prefeito afirmou na mesma entrevista já ter conhecimento da situação daquela família, pronunciamento que causa indignação a qualquer leitor e, principalmente, ao leitor alagoagrandense. Todos os políticos desta cidade conhecem a Barreira, sabem que aquele espaço é abandonado e que precisa de um investimento sério na infraestrutura e saneamento básico, obrigações que são exclusivas do Poder Executivo Municipal. Se a situação está sem controle, é porque o gestor não está cumprido corretamente com a função ao qual foi designado. Está sendo ocioso com o compromisso firmado diante de todos os cidadãos alagoagrandes, inclusive com a Zona Rural.
É certo de que existem muitas outras “Arlindas” naquele espaço, mas o que não existe é interesse dos dominantes em reestruturar o local.
O que está faltando é reflexão na hora que estiverem naquela estrada. Que observem os lados, olhem para aquele povo que está subindo e descendo com água barrenta na cabeça, crianças que arriscam a vida naquelas ladeiras íngremes, casas caindo e o grau de miserabilidade crescente; que deixem de lado paliativos como “moradia de aluguel” para uma única família, mas que venham a pensar mais no coletivo. Desenvolvam um projeto de misericórdia para aquele povo, pois o dinheiro público vem, o que não está vindo é o interesse de agir.
Sinceramente, não há como apagar a falta cometida, considerá-la nula e não acontecida, pois esse é um poder que não se tem, ou uma tolice que é melhor evitar. O passado é irrevogável e toda verdade é eterna. Mas se, a partir de agora, pudermos fazer e, acima de tudo, cobrar do Poder Público, algo positivo para aquele povo, pode ser que a dor se transforme em alegria e que, finalmente, o peso do voto daqueles cidadãos, tenham tanto valor quanto o voto do próprio prefeito. Afinal, se tudo continuar na inércia da miséria, será inteligente da nossa parte manter a confiança em quem não está sabendo administrar? Pensemos.
Por fim, quero parabenizar ao portal do Júlio pela reportagem, mesmo escrevendo para o portal Paó, pois se não fosse por ele, poucas pessoas teriam conhecimento do que estava acontecendo com aquela família e com toda a comunidade.

José Gildo de Araújo
Jornalista
DRT 4580/97